Acórdão nº 04B483 de Supremo Tribunal de Justiça (Portugal), 01 de Abril de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelSANTOS CARVALHO
Data da Resolução01 de Abril de 2004
EmissorSupremo Tribunal de Justiça (Portugal)

Acordam no Supremo Tribunal de Justiça 1. No Círculo Judicial de Faro foi julgado o arguido A, acusado pela prática, como reincidente, em autoria material, de um crime de roubo, previsto e punido pelo art.º 210.º, n.ºs 1 e 2, al. b), com referência ao art.º 204.º, n.º 2, al. f) e n.º 4 do Código Penal, de um crime de furto qualificado, na forma consumada e um crime de furto qualificado na forma tentada e pela prática de um crime de furto qualificado, na forma tentada, respectivamente nos autos de processo comuns 1564/01.7PBFAR, 724/02.8PBFAR e 1119/02.9PBFAR. Por acórdão de 30 de Junho de 2003, veio a ser absolvido da prática dos crimes que lhe eram imputados nos processos comuns 724/02.8PBFAR 1119/02.9PBFAR e condenado pelos factos do proc. 1564/01.7PBFAR, como reincidente, pela prática de um crime de roubo, previsto e punido pelos art.ºs 75.º, 76.º e 210.º, n.ºs 1 e 2, al. b) do Código Penal, na pena de quatro anos de prisão. 2. Deste acórdão recorreu o Ministério Público para o Tribunal da Relação de Évora, mas aí, por Acórdão de 16 de Dezembro de 2003, foi julgado competente para dele conhecer o Supremo Tribunal de Justiça, por se tratar de recurso de decisão final do tribunal colectivo e se visar exclusivamente a reapreciação da matéria de direito. O recorrente formulou as seguintes conclusões (transcrição): 1- O arguido foi condenado como reincidente, pela prática de um crime de roubo, p.p. pelos art.ºs 75.º, 76.º e 210.º, n.ºs 1 e 2, al. b), do C. Penal, na pena de 4 anos de prisão. 2- O Tribunal entendeu que a moldura penal abstracta para o crime em causa é de 1 a 8 anos, quando na realidade é de 3 a 15 anos. 3- Pelo que sendo o arguido reincidente, o limite mínimo da pena aplicável ao caso é de 4 anos (art.º 76.º do C. Penal). 4- Assim, verifica-se que o Tribunal aplicou ao arguido o mínimo legal para este caso. 5- Tendo em atenção o grau de ilicitude manifestado (que é elevado); o dolo intenso; o facto do arguido não ter confessado os factos (não se mostrando por isso arrependido), as condenações já sofridas pelo arguido, conforme conteúdo do C.R.C. do mesmo; e ainda o facto de não ter reparado o prejuízo patrimonial causado ao ofendido (40.000$00); entende-se que a pena que foi aplicada É MANIFESTAMENTE DESADEQUADA AO CASO EM APREÇO. 6- Pelo que o arguido deverá ser condenado numa pena não inferior a 6 anos de prisão. 7- Foi violado o disposto nos art.ºs 210.º, n.º 2 e 71.º, n.ºs 1 e 2, als. a), b), e) e f) do C. Penal. Pelo que o acórdão recorrido deve ser revogado e substituído por outro que condene o arguido numa pena não inferior a 6 anos de prisão. 3. O arguido não respondeu ao recurso. O Ministério Público neste Supremo Tribunal de Justiça requereu que as alegações se fizessem por escrito e, então, o relator, não havendo oposição do arguido, fixou em dez dias o prazo para alegações, enunciando as seguintes questões: 1º- Tendo por certo que o arguido cometeu um crime de roubo previsto e punido pelo art.º 210.º, n.ºs 1 e 2, al. b), do Código Penal, estão reunidos os pressupostos formais e materiais da reincidência (art.ºs 75.º, 76.º)? 2º- No caso negativo, mostra-se...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO
4 temas prácticos
4 sentencias

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT